Para muitos de nós, comprar uma casa (com ou sem aquela árvore maravilhosa na frente) é o começo da vida real. Por ser um investimento tão grande, há muito o que analisar ao financiar uma casa. Existem requisitos a serem cumpridos, pilhas de documentos e papelada, além dos custos adicionais não previstos. Vamos agora dar uma olhada nas principais opções que você tem para financiar sua casa.

Economizar ou investir para comprar uma casa

A primeira coisa a planejar quando se trata de pagar por uma casa, é o adiantamento. De preferência, você deve ter dinheiro das suas economias para pagar por esse adiantamento. A tradicional entrada de 20% retornou após vários anos de ausência. Ainda é possível conseguir um empréstimo que exija menos de 20%, mas não é fácil qualificar como era nos anos de 1990 e início dos anos 2000.

Alguns planos de aposentadoria permitem que você peça emprestado ou saque fundos para a compra da casa própria.

Quanto tempo você quer esperar antes de comprar uma casa, pode determinar o tipo de investimento em que você investirá seu dinheiro.

Se você já tem o 20%, você não vai precisar pagar pelo seguro hipotecário, além de reduzir os pagamentos mensais. Se você conseguir mais de 20%, muito melhor. Mas se você não tem o 20%, existem maneiras de obtê-lo.

Planos de poupança e investimento

Quanto mais você economizar, menos terá que depender de empréstimos e menos terá que pagar todos os meses pela hipoteca (e os juros sobre ela). Comece a economizar o mais cedo possível – algumas pessoas começam na adolescência -. Alguns trabalham em um ou dois empregos adicionais para economizar dinheiro.

Se vocês estão planejando comprar uma casa em breve, em um ano ou dois por exemplo, provavelmente não queiram arriscar seu dinheiro. Investimentos de baixa volatilidade, como depósitos a prazo (CDBs por exemplo), contas do mercado monetário e contas de poupança, podem ser ideais. Vocês vão ganhar juros ou dividendos, porém com pouco crescimento.

Se vocês estão planejando comprar uma casa em vários anos, em cinco anos por exemplo, vocês podem se dar ao luxo de investir os recursos em investimentos com potencial de crescimento, como ações ou fundos de investimento, ou talvez em ativos duros como metais preciosos. As flutuações tendem a se estabilizar ao longo dos anos. Esses investimentos carregam o risco de perda e não devem ser feitos sem um conhecimento pleno dos riscos.

Há também a opção de dividir o dinheiro entre vários investimentos para obter diferentes retornos.

Usar empréstimos privados para comprar uma casa

As instituições financeiras não são os únicos lugares dispostos a emprestar dinheiro para as pessoas. Sua família ou amigos podem querer ser seu banco privado. Se você não considerou este caminho, você talvez queira considerar os prós e os contras.

Elaborar um contrato com condições de pagamento e um cronograma de reembolso.

Os empréstimos privados oferecem flexibilidade.

Assumir com seriedade os empréstimos pessoais.

Conseguir um empréstimo privado não precisa ser, de fato, informal ou sem garantias. Elabore um contrato com as condições de pagamento e um cronograma de reembolsos. Você poderá estruturá-lo da mesma forma que um empréstimo institucional. O credor privado terá o direito de retenção como garantia e poderá exigir taxas pelos atrasos, tal como um banco faria. E, se você ficar inadimplente, o credor poderá executar a hipoteca.

Vantagens

Os empréstimos privados têm algumas vantagens sobre os empréstimos das instituições financeiras:

– Vocês poderão negociar a taxa de juros. O resultado poderá ser relativamente baixo.

– O credor poderá obter uma taxa de juros melhor do que com uma instituição financeira.

– Vocês poderão elaborar termos contratuais favoráveis, como por exemplo, um tempo de retorno mais longo.

– A diferença dos bancos, poderia existir maior flexibilidade se surgirem problemas, como por exemplo, a perda do emprego.

– Vocês poderão refinanciar a dívida por pouco ou nenhum custo, dependendo do que for acordado.

Cuide da documentação

Não é uma boa ideia dar dinheiro a uma pessoa e esperar ser pago. Um empréstimo privado deve ser estruturado como um negócio, o que lhe confere um ar de legitimidade e seriedade. Também, protege tanto o tomador quanto o credor com mecanismos legais se, por exemplo, o relacionamento se deteriorar ou se o credor decidir que quer o dinheiro de volta por algum motivo.

Elaborar uma nota promissória que explique a obrigação legal de pagar o empréstimo, que contenha as condições de pagamento (datas, frequência, etc.), as multas e a taxa de juros. Constitua uma hipoteca da casa para que sirva como garantia em caso de inadimplência. Elabore também uma programação dos pagamentos.

Acima de tudo, trate um empréstimo pessoal com a maior seriedade. Você e o credor poderão tirar proveito. Abusar de um empréstimo pode destruir a boa vontade de uma família ou amigo e até mesmo da rede de relacionamentos.

Comprar uma casa através do financiamento do vendedor

Embora isso não seja muito comum, se você gosta de uma casa em particular e não tem outra maneira de pagar por ela, pode acontecer de o vendedor da casa se prontificar para financiá-la. No entanto, isso não está isento de riscos.

No financiamento oferecido pelo vendedor, ele concede um crédito ao comprador pelo saldo da casa.

Os contratos de terra são uma forma de financiamento dos vendedores.

Comissões e encargos poderiam ser omitidos.

Como os aspectos legais e tributários podem ser complicados, as partes interessadas na forma de financiamento proposta pelo vendedor, devem contar com a ajuda de advogados, consultores fiscais e inclusive entidades financeiras.

Como funciona

Nesta modalidade de financiamento, o vendedor concede um crédito ao comprador pelo saldo da casa, e o comprador começa a fazer os pagamentos. O empréstimo geralmente fica registrado e especificado em uma nota promissória com os termos do empréstimo, os juros, os pagamentos mensais, as multas, etc. A negociação também deve ficar registrada junto ao governo local.

Os empréstimos variam em duração e podem ser amortizados por um período de até 30 anos para manter baixos os pagamentos mensais. Isso não significa que o vendedor queira esperar 30 anos para vender a casa. É por isso que muitos desses empréstimos têm pagamentos com vencimento em alguns anos. Até então, um capital importante pode ter se acumulado e o comprador poderá recorrer a um credor tradicional para fazer um refinanciamento do empréstimo.

Tipos de financiamento do vendedor

Existem várias formas de financiamento por parte do vendedor:

Contrato de terra. O comprador faz pagamentos ao vendedor e recebe o bem somente após o último pagamento. Até o último pagamento, o comprador tem o que é chamado de domínio útil da propriedade.

O vendedor aluga a casa para o comprador por um certo período e depois a vende ao comprador em algum momento depois disso. Com base no contrato, os pagamentos de locação podem ser creditados ao preço de compra da casa.

Escritura de confiança com tudo incluído (ou hipoteca com tudo incluído). Desta forma, o vendedor conserva a hipoteca e a nota promissória até que o imóvel seja quitado, para depois entregar ao comprador.

Segunda hipoteca. Se o comprador tiver menos de 20% para o adiantamento, os credores tradicionais podem não querer financiar. O vendedor, portanto, poderá intervir e fornecer um pequeno empréstimo para compensar a diferença.

Considerações estratégicas

O comprador e o vendedor podem preencher a documentação associada aos empréstimos hipotecários: um pedido de empréstimo, uma verificação de crédito, uma verificação de emprego, um contrato de venda, uma avaliação, um contrato de hipoteca, etc. Isso ajudará a proteger ambas as partes em caso de circunstâncias adversas.

Exigir um adiantamento também funciona em favor de ambas as partes. Os compradores se sentem mais comprometidos com o bem imóvel e os vendedores reduzem o risco de perda.

Outra vantagem é que comissões e várias taxas podem ser omitidas, permitindo que o comprador receba mais fundos. Os negócios de financiamento de vendedores podem ser mais negociáveis do que os de um banco; a taxa de juros, o adiantamento e outros aspectos podem ser menos rigorosos.

Programas para pessoas que compram casa pela primeira vez

Se esta é a primeira vez que você está comprando casa, o governo poderá ajudá-lo. Existem programas que oferecem ajuda financeira. No entanto, esses programas incluem restrições e regras que devem ser consideradas cuidadosamente. É provável que o banco ou a instituição financeira local, trabalhem com estes programas.

Os programas podem variar, porém existem características comuns, como:

– Um adiantamento inferior ao 20%. Em alguns casos, nenhum adiantamento é necessário.

– Um limite para as taxas cobradas pelos credores.

– Acesso a subsídios e empréstimos que compensam o preço de compra da casa.

– Subsídio nas taxas de juros.

Limitações

Existem restrições que aplicam a quem é elegível. Podem variar, mas geralmente são:

  • Algumas exigências sobre a renda do comprador
  • Score de crédito do consumidor favorável
  • Um valor máximo do empréstimo
  • Local de moradia: o comprador deve morar no local
  • As condições físicas do local de moradia
  • Tempo mínimo de moradia: em alguns casos é preciso demonstrar um tempo mínimo de moradia naquele local

Resumo de como financiar uma casa

A maioria das pessoas não conseguem dinheiro suficiente para comprar uma casa. Eles têm de fazer um empréstimo e ficar pagando por muito tempo. O dia em que terminam de pagar o empréstimo, é considerado o dia da esperada liberdade econômica, pois finalmente, a casa passa a ser própria.